Perder é o coração do ser humano e da psicanálise. Perdemos e, no lugar da falta, representamos, pensamos, ressignificamos, desejamos, reencontramos. A castração, como ato simbólico, nos fala do medo de perder, mas também nos coloca além do desejo ilusório de completude. A perda fundamenta e estrutura a subjetividade, embora, talvez, não saibamos o que perdemos quando sentimos que perdemos.
Todo o acontecer psíquico, possibilitado por um outro, trata dessa jornada para “saber” perder sem se sentir derrotado. Assim, o caminho do luto pelo que se perdeu é transitável, acompanhado de tristeza e, posteriormente, de uma calma nostalgia. Já o luto impossível, por sua vez, nos mostra que a dor é intolerável, bem como a renúncia. Se este último ocorrer, é vivenciado como desolação, sofrimento, vergonha e até desorientação, como uma bússola que foi perdida.
Encorajar-nos a perder liberta-nos do apego e da fixidez, dá origem à criatividade e acolhe a transformação. Aceitar a incerteza de perder algumas referências teóricas poderia abrir o caminho sempre incerto para o crescimento.
E, talvez, perder seja também o espaço de resistência contra o imperativo de vencer que rege a atual cultura de sucesso.
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